Harley Davidson Low Rider S é uma ótima surpresa para o mercado brasileiro
Texto: Gui Foster (@duasrodaspelomundo)
Quando foi lançada, em 2017, a antiga Low Rider S chamou muito a minha atenção. Apesar de o modelo ser fabricado na plataforma da extinta família Dyna (foi, aliás, o último ano que isso aconteceu), diferentemente da família softail, ela não desembarcou em terras tupiniquins. Na época, curioso sobre o modelo, conversei com amigos morando nos EUA e todos me falaram muito bem da moto, principalmente sobre como era divertida e potente. Naquela época, a Low Rider S vinha equipada com um motor Twin Cam Screamin Eagle de 110 cubic inches. Consegui vê-la ao vivo na concessionária de Santiago, no Chile, quando fizemos a expedição ao deserto do Atacama. Foi paixão à primeira vista. Queria muito pilotar aquela máquina, mas infelizmente, não foi possível.
Por conta da mudança de motor para o Milwaukee Eight, em 2018, a linha Dyna foi extinta e alguns modelos passaram para a família Softail. A Low Rider foi uma delas, porém com uma versão “normal” de motor 107. Eu já havia pilotado algumas das novas Softail, como a Fat Bob e FXDR, porém nunca a Low Rider. Exatamente por isso, gostei muito quando a Harley anunciou a Low Rider S como um dos lançamentos para 2020 nos EUA, mesmo pensando que a moto não estaria disponível no Brasil, como aconteceu com a sua versão da família Dyna.
Até que, no festival Duas Rodas deste ano, a Harley Davidson do Brasil anunciou a vinda da Low Rider S para o mercado brasileiro! Desde então, sabia que teria que achar alguma maneira de pilotar esse monstro! Quando foram anunciadas as motos disponíveis para o púbico no Moto do Ano da revista Duas Rodas, não tive dúvidas e agarrei a oportunidade!
Mas, chega de enrolação! Vamos às impressões e ao test ride!
Logo que me aproximei da moto, notei todos os seus componentes voltados para a performance, como garfos invertidos, freio duplo na frente, filtro de ar esportivo e o mais gritante, o motor Milwaukee Eight 114! A estética da moto também é fenomenal, com a maioria dos componentes pretos, o nome da montadora pintado no estilo clássico, as rodas de alumínio em um tom bronze escuro, banco solo, guidão estilo West Coast, velocímetro com conta-giros, farol e lanterna de LED. Também existe a opção na cor prata (Barracuda Silver), mas eu, pessoalmente, prefiro a preta que pilotei.
O evento de test ride aconteceu no Haras Tuiuti, um percurso muito mais técnico do que rápido, pois conta com curvas abertas e fechadas – tanto em subida como em descida. Portanto, foi possível testar com assertividade a capacidade da máquina em diversas situações diferentes.
No momento em que subi na moto, já me senti pronto para acelerar! Seu comando central torna a posição bem mais agressiva do que em outros modelos custom com comando avançado. Consequentemente, quem gosta de fazer curva, como eu, tem a diversão garantida. A moto é um pouco mais baixa do que estou acostumado, portanto, dependendo do seu estilo de pilotagem, você terá que utilizar bastante o corpo e, mesmo assim, pode raspar um pouco as pedaleiras nas curvas mais fechadas.
Lembrando que, na minha Dyna, eu troquei a suspensão para deixá-la bem mais alta do que a versão original e, assim, me divertir ainda mais nas curvas. O ângulo de 28 graus da caixa de direção, combinado com os garfos invertidos, ajuda bastante na pilotagem um pouco mais esportiva, principalmente nos trechos mais sinuoso do percurso. Nas saídas de curvas, a retomada de velocidade é extremamente rápida devido ao alto torque do motor de 16kgf (número da montadora). Não foi possível testar a moto em altas velocidades por conta do traçado do circuito, mas garanto que ficará satisfeito com sua potência. Ao mesmo tempo, o sistema de freios duplo na frente é suficiente para diminuir com segurança a velocidade causada pelo motor monstruoso. Tanto o banco quanto a altura do guidão são itens que eu provavelmente modificaria, mas vamos falar disso um pouco mais pra frente nas opções de customização.
Quando comparamos a Low Rider S com a Fat Bob 114, outro modelo de alta performance da montadora, existem muitas semelhanças. Como, por exemplo, o motor 114, garfos invertidos e freios duplo. Porém, o novo modelo tem uma altura de banco 2cm mais baixa e um ângulo de inclinação de 30.1 graus tanto na esquerda como na direta versus 31 na direita e 32 na esquerda da Fat Bob. Essa diferença pode ser percebida em trechos mais sinuosos, onde a Low Rider S tende a raspar as pedaleiras dependendo de seu estilo de pilotagem. Apesar das diferenças, pela combinação de performance e estilo, eu prefiro a Low Rider S.
Vale ressaltar que a moto que pilotei tinha apenas 150km rodados, ou seja, praticamente zero. Portanto, existem alguns ajustes que podem ser feitos, no caso, eu, particularmente, deixaria a suspensão traseira um pouco mais dura, o que melhoraria a performance nas curvas. Ao contrário do que acontece em algumas softails, para fazer esse ajuste na Low Rider S, é necessário retirar o banco. Trata-se de algo muito simples, feito somente com uma chave Philips, mas não havia essa possibilidade no dia. No geral, a moto me agradou muito. Sem dúvida alguma, gostaria de ter uma em minha garagem! É um modelo com uma combinação de estilo e performance fenomenal. Com pequenas modificações, seria possível customizar a moto para se adequar perfeitamente ao meu estilo de pilotagem mantendo a estética que eu gosto, como fiz com a minha Dyna.
Vídeo do Test Ride:
Entrevista com Luiz do canal “Luiz Sobre Duas Rodas”, ficou impressionado com a capacidade de curva da Low Rider S:
Possibilidades de customização
As motos Harley Davidson são famosas por suas diversas opções de customização, em que o proprietário realmente deixa sua moto única. Dessa forma, assim fiz com a minha moto, com modificações para adequação ao meu estilo de pilotagem, já pensei no que eu faria na Low Rider S. Gosto bastante da posição de pilotagem em que minhas mãos ficam na altura do ombro ou um pouco abaixo. Logo, trocaria o riser original por outro mais alto. Não trocaria o guidão, pois gostei muito do estilo e da largura.
Como gosto de viajar bastante, optaria por uma carenagem um pouco maior para proteção contra o vento. A própria Harley Davidson já tem essa opção de acessório para o modelo. Como de costume, trocaria o escapamento para um sistema dois em um, preferencialmente todo preto. O banco é um item a ser pensado. Muito provavelmente teria um banco inteiro, possibilitando levar garupa. Fora os itens voltados para conforto e performance, como em toda Harley Davidson, colocaria acessórios estéticos como manoplas e pedaleiras, entre outros, deixando a moto realmente com a minha cara!
Mercado brasileiro
Com um preço de R$73.600, que é o mesmo da Fat Bob 114 e Fat Boy 107 a Low Rider S se torna uma ótima opção para quem busca um modelo atual mais próximo das Dynas customizadas que vemos na rua. Somando seus diversos itens do estilo “Club Bike” com a potência e tecnologia da nova plataforma softail, acredito que é um lançamento que tem tudo para dar certo no mercado brasileiro. Assim como modelos anteriores que tiveram o upgrade de performance “S” (Fat Boy e Low Rider mais recentemente), provavelmente será uma produção limitada a um ou dois anos. Quem quiser uma máquina dessas, é bom não esperar muito!
Animal! 75k numa belezura dessas também não é para menos
Ótima matéria
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